O Instituto Allouata realizou a 4ª edição do Caminho de Alice, no último domingo, dia 15. O evento reuniu 50 pessoas que gostam de viver experiências em contato com a natureza que estejam atreladas à cultura. O grupo andou aproximadamente sete quilômetros pelas ruas, estradas e trilhas de Rio Ferreira, interior de Treviso. “Normalmente fazemos este evento em março quando a plantação do milho já está alta. Resolvemos não perder a edição deste ano. Todos os demais eventos que iam acontecer em nossa região foram cancelados. Nós decidimos manter e o tempo colaborou”, informou o organizador, Paulo Cadallora.
O nome escolhido é uma homenagem à memória de Alice Tasca Cimolin. Ela era uma mulher de muita fé. Fez e cumpriu a promessa de rezar o terço na gruta todos os dias, durante sete anos. No dia da Assunção de Nossa Senhora, 15 de agosto, todos os anos, ela rezava mil Ave Marias. Reunidos em frente às duas casas centenárias ouviram um pouco da história de vida de Alice. Ela foi uma trabalhadora rural que prestou muitos serviços à comunidade, zelou pela família e deixou exemplos de fé e perseverança. “Lembro da minha mãe ajudar as noivas com vestidos. Um dia eu vi que ela tirou o dinheiro que guardava no sutiã e deu para uma delas dizendo que era para comprar pó e passar no rosto para ficar mais bonita para o casamento”, lembrou Lúcia Cimolin.
Estiveram presentes 18 membros da Associação Catarinense dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela (ACACSC) com sede em Florianópolis. Entre eles, o casal José Alves Pereira e Maria Pesavento Ribeiro já fizeram trilhas na França, Espanha, Alemanha, Itália e Japão. “Eu nasci na Itália, então tudo o que é relacionado à cultura italiana me interessa. Eu conheço Treviso e Veneza na Itália e descobri que tem lugares no sul de Santa Catarina com nomes que fazem referência às cidades da minha terra”, comentou Maria.
Uma das pessoas que aceitou o convite foi Cecília Urbina Leon, que nasceu em Vinã Del Mar, no Chile. Ela fixou residência no Brasil há mais de 30 anos e morou 27 anos em Criciúma, mas ainda não conhecia o lugar.
O tradicional cesto com os produtos que eram carregados por Alice para alimentar a família na roça foi aberto antes de iniciar a caminhada. Café com leite, batata assada, polenta, salame e queijo foram compartilhados.
O grupo foi presenteado com uma cruz de madeira conhecida como Tau pendurada num cordão composto por três nós. Usada pelos franciscanos e muito cristãos, recorda o caminho do Evangelho que nos leva à Salvação. Os três nós simbolizam votos de pobreza, obediência e castidade.
O almoço foi encerrado com uma ministra acompanhada de queijo picado, salame, polenta, pão e saladas.
Texto e fotos: Ana Lúcia Pintro