Turismo

Trilheiros fortalecem sua fé em Treviso

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Ana Lúcia Pintro

O Instituto Allouata organizou a 3ª edição do Caminho de Alice. O evento reuniu 55 pessoas que gostam de viver experiências de ecoturismo aliadas à cultura, no último domingo, dia 22. O grupo andou aproximadamente cinco quilômetros pelas ruas, estradas e trilhas de Rio Ferreira, interior de Treviso. O encontro iniciou em frente às duas casas centenárias, transformadas em pousadas, que pertencem à família de Alice Tasca Cimolin.

O evento faz referência a uma mulher trabalhadora rural que prestou muitos serviços à comunidade, zelou pela família e deixou exemplos de fé e perseverança. A abertura das atividades foi realizada por Lúcia Cimolin, filha da homenageada. Ela mostrou o cesto com os produtos que eram levados pela mãe para alimentar a família na roça e os rosários que são relíquias guardadas pela família.

Uma parada foi realizada no meio da roça, debaixo de uma figueira. Pararam para fazer um lanche, compartilhar os alimentos carregados dentro de um cesto e criar momentos de reflexão espiritual. Rezaram a oração de São Francisco de Assis, o Pai-Nosso, cantaram uma canção católica e músicas antigas resgatadas da memória afetiva.  Um dos organizadores, Paulo Cadallora, convidou a todos para o acompanharem num mantra. “Eu entrego, eu confio, eu aceito, eu agradeço. Eu costumo recitar sempre. Este é nosso primeiro evento depois da pandemia. Muitos amigos e familiares não passaram por esta fronteira. O mais importante não é o que nos acontece, mas o que aprendemos com os acontecimentos”, refletiu Cadallora.

Maria Zélia Silva, 65 anos, funcionária pública aposentada, acompanhou um grupo de 19 pessoas da região de Florianópolis. Ela já percorreu duas vezes o Caminho de Santiago de Compostela, que inicia no Sul da França e termina na Espanha. Já fez Machu Picchu, no Peru. Também andou 421 quilômetro do Caminho de Fé em terras de São Paulo e Minas Gerais. Durante a caminhada, conversou com várias pessoas do grupo. “Sou trilheira há 34 anos. Fiquei sabendo deste evento e quis retornar porque gostei da experiência. Ainda guardo o cordão que fiz na primeira vez que participei”, comentou Maria Zélia.

O grupo foi presenteado com um lencinho contendo sementes de milho para que pudessem levar uma lembrança que simboliza espiritualidade. Também ganharam um castiçal de cerâmica feito à mão por Solange Santana, do atelier Sollartes. “Ele foi queimado a 1100° por horas e depois voltou ao forno com esmalte por mais de dez horas de fogo”, informou o atelier.

O Instituto Allouata pretende retornar em breve com os eventos Caminhantes do Sol e Festival da Montanha.

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