A maneira mais eficaz de se proteger contra crimes cibernéticos é a informação. Por isso, o Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS), do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, produziu uma cartilha sobre o tema e a distribuiu por email esta semana para 10 mil servidores e magistrados de todo o Estado – o conteúdo, de utilidade pública, também pode ser acessado pelo público em geral. Embora os golpes estejam cada vez mais diversificados, há formas de evitá-los. Com uma linguagem acessível e didática, a Cartilha de Segurança Cibernética dá dicas práticas de proteção, passo a passo, e explica também o que fazer se a pessoa for vítima de um golpe. Como proceder, por exemplo, em caso de clonagem do WhatsApp?
Conforme a cartilha, a primeira coisa a se fazer é registrar um boletim de ocorrência, avisar os contatos e familiares sobre a fraude, bloquear por telefone o SimCard na operadora, encaminhar e-mail para support@whatsapp.com (em português), solicitar o imediato bloqueio da conta de usuário e depois iniciar a conta no WhatsApp com o novo código de verificação.
Ainda com relação à segurança dos celulares, as primeiras recomendações da cartilha são simples: tenha guardados marca, modelo, IMEI e número de série do seu smartphone – geralmente essas informações estão disponíveis na caixa do aparelho. Anote também o PIN e PUK do chip – eles estão no cartão entregue pela operadora. Para Ivan Castilho, policial civil e integrante do NIS, “é fundamental ter uma senha forte, cadastrar o Touch ID (leitor de impressões digitais), um leitor facial e bloqueio de tela”. Ele destaca também a importância de ativar a verificação em duas etapas, com cadastramento de uma senha de seis dígitos e de um e-mail de recuperação.
Além disso, entre outras orientações e informações, a cartilha define os principais crimes, entre eles sextorsão (riscos do compartilhamento de conteúdo íntimo), cryptojacking (mineração maliciosa de criptomoeda) e a fraude por alteração de boleto bancário. Neste golpe, os criminosos usam um malware – programa destinado a infiltrar-se em um sistema de computador alheio e de forma ilícita – para modificar os dados de criação e de pagamento de boleto bancário. Quando a vítima gera o documento através de um computador infectado para realizar o pagamento, o malware altera a linha digitável, fazendo com que os valores sejam repassados para a conta de terceiros, e não do verdadeiro beneficiário.
Desenvolvida pelo NIS, com a supervisão do desembargador Sidney Eloy Dalabrida, e produzido pela Assessoria de Artes Visuais do TJ, a cartilha contou com o auxílio do delegado Alessandro Barreto, do Ministério da Justiça, especialista em segurança cibernética. O NIS é responsável pela segurança dos magistrados, servidores, terceirizados e estagiários que atuam no Poder Judiciário, além de todos os jurisdicionados. “Mas nossa missão não se restringe apenas à segurança física”, finaliza Castilhos, “por isso a importância de projetos que oferecem informações de segurança também na internet”.
Além deste, há outros projetos do Poder Judiciário na área de segurança cibernética. Um deles é o “Conhecer para se proteger”, da Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij), no qual especialistas em segurança digital palestram nas escolas sobre os riscos da internet e como evitar crimes como pornografia infantil, assédio sexual, sexting e outros. O público-alvo deste projeto são crianças, adolescentes, pais e professores.
Acesse aqui a íntegra da cartilha de segurança cibernética.
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