Em 33 rodadas de Série B, o Criciúma foi às redes 34 vezes. É apenas o 11º melhor ataque da competição. O pragmatismo do Tigre de Mazola Júnior é retratado quando se observa que oito das dez vitórias no torneio foram por um gol de diferença. Suficiente para conseguir os triunfos necessários para deixar o inferno da zona de rebaixamento, mas um fardo quando se precisa de um algo mais para ganhar uma partida.
Já são quatro jogos sem vencer e três onde o Criciúma demonstra muitas dificuldades na pontaria. Na derrota para o Brasil por 1 a 0 foram seis finalizações; no empate sem gols diante do São Bento, cinco chutes; já na derrota por 3 a 2 para o Figueirense, esse número subiu para sete. Como cobrar mais gols finalizando tão pouco? E por que tão escassos chutes?
Nos três jogos, Mazola Júnior teve desfalques de jogadores chave na construção ofensiva: o lateral Marlon, ausente nos últimos dois jogos, e o centroavante Zé Carlos, que atuou apenas contra os paulistas.
O defensor é o ponto propulsor na saída de bola, costuma sempre esticar bons passes para os homens de frente, seja Vitor Feijão na velocidade ou para o próprio Zé Carlos segurar a bola e aguardar a aproximação dos companheiros de time. O principal benefício de Zé, aliás, é esse: ele retém bem a bola, consegue brigar com os zagueiros adversários e fazer boas combinações perto da área. Se tornou mais cerebral do que destruidor, se comparado ao auge de 2012.
Tanto Marlon quanto Zé Carlos não possuem substitutos de características semelhantes, e isso evidenciou o pouco repertório ofensivo do Criciúma. Faltam peças? Falta capacidade para o treinador? Um pouco de cada?
As respostas para estas questões pouco importam. É fim de temporada, restam poucos jogos para acabar o ano e qualquer construção de repertório futebolístico é impossível. Mazola Júnior precisa encontrar soluções rápidas e até genéricas para espantar de vez o fantasma do rebaixamento. O que não pode é ver o time finalizar menos de dez vezes por três jogos seguidos e não resolver isso.
A situação do Tigre ainda não é alarmante, lembremos. Mas se não acertar a pontaria…