O livro O Tatuador de Auschwitz, de Heather Morris, tem como base o amor de Lale e Gita, dois judeus eslovacos que se conheceram e viveram um romance no campo de concentração e extermínio de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. Mas a narrativa vai muito além, porque tendo Lale como protagonista, mostra como ele conseguiu manter vivo o amor, o que ele teve que enfrentar para sobreviver por anos, como era a relação com todos neste lugar e principalmente como ele enfrentou internamente todos os horrores pelo qual passou.
No início do livro tem uma nota da autora explicando que a obra é ficção, mas está ancorada no relato de um sobrevivente de Auschwitz, então não é possível saber exatamente o que é verdade ou criatividade durante a leitura, mas é provável adivinhar o que Lale e Gita realmente viveram naquele período de suas vidas.
A história começa com Lale indo para Auschwitz. Inocente, ele nem imagina tudo o que vai enfrentar e nos primeiros dias quase não resiste aos horrores, mas é salvo por pessoas que mal conhece e se transforma no tatuador. Então tem que ter malandragem para conseguir sobreviver entre o poder e a dor. Diariamente ele e um ajudante têm que tatuar os números de todas as pessoas que chegam ao campo de concentração e é ali que se apaixona por Gita.
Pela função que exerce, Lale tem alguns benefícios como um quarto particular e comida extra, que divide com pessoas que precisam mais do que ele. Também consegue convencer alguns homens e mulheres a ajuda-lo a conseguir comida e remédios se tornando aliados e desafiando o sistema. O que eles tinham a perder além da vida? Mas será que já não tinham perdido a própria vida?
Lale e Gita conseguem sobreviver a todo o horror, apesar de um não ter certeza se o outro está vivo no final. O amor, a bondade, o pensar também nos outros, as relações de amizade, tudo isso foi possível construir e vivenciar em Auschwitz e foi o que manteve Lale vivo até o final.