Você já leu algum livro de Raphael Montes? Se sim, já sabe o que esperar de Uma Família Feliz. Se não leu nenhum, prepare-se. A história é tensa, provocadora e claro, com um final surpreendente. O autor começou o livro com o último capítulo e depois voltou para o primeiro e isso, para mim, foi uma ideia acertada porque durante toda a leitura eu queria saber como tudo ia se desenrolar até chegar naquela situação. Por que Eva fez o que fez? Quais suas motivações?
A protagonista Eva é bonita e tem uma vida perfeita. Um marido bonito e bem-sucedido, duas filhas gêmeas inteligentes e saudáveis, mora em um condomínio de luxo no Rio de Janeiro, a arte reborn, que é seu trabalho, é um sucesso então resolvem ter outro filho. E tudo começa a mudar quando o menino Lucas nasce e muda toda a rotina da casa, além de deixar Eva quase louca de tanto chorar e não querer o alimento da própria mãe.
Com a descrição da vida cotidiana, o autor convida o leitor a conhecer melhor essa família. Eva pede ajuda a seu marido Vicente, mas ele não entende seus problemas e suas amigas do condomínio também não são de nenhuma ajuda. Além disso, Eva tem um passado que esconde de todos, ela teve problema com sua mãe e não suporta a casa que viveu até sua juventude.
Não bastasse os problemas da rotina, certo dia o pequeno Lucas apareceu machucado e em outro as duas meninas também foram feridas e tudo indica que foi Eva, mas ela não lembra de nada do que aconteceu em certos períodos, por isso não pode ter certeza. Ela fica se questionando se está enlouquecendo ou se tem outra pessoa culpada. E as coisas só vão piorando conforme os dias vão passando.
O enredo vai ficando cada vez mais tenso, Eva está cada dia mais sozinha, desesperada e perturbada, cada página vai ficando mais instigante e qualquer coisa pode acontecer no decorrer da narrativa, mas aquele final está na mente, então ainda se tenta amarrar tudo com aquele desfecho. Raphael Montes consegue mais uma vez trazer a maldade, as aparências, o julgamento, a mentira e muito mais em sua história.
