O livro Sobreviventes, do sueco Alex Schulman, é inteligente, envolvente e provoca a curiosidade. É uma leitura rápida, com 254 páginas, mas cada capítulo traz momentos de muitos significados vividos pela família de Benjamin, o filho do meio. Na narrativa estão presentes também Nils que é o filho mais velho, Pierre o mais novo, o pai e a mãe. Muito se passa na casinha isolada na beira do lago e é por ali que o acidente acontece e muda a vida de todos.
Esse acidente aparece em alguns momentos da história e é revelado no meio do livro. Ele é muito significativo na narrativa que tem Benjamin como protagonista e é a partir dele que os retalhos dessa vida familiar são conhecidos. Benjamin era uma criança tensa e ansiosa e continuou assim também na sua vida adulta. E é a partir dessa necessidade de prever o que iria acontecer, apenas observando, que Benjamin vive dia a dia entre seus familiares.
Sobreviventes é intercalado com narrativas do presente e lembranças do passado. Começa com o fim da história, na noite que a polícia chega na casinha quando os três irmãos já são adultos e vão até lá com uma missão, após a morte da mãe. Depois, em cada capítulo são conhecidos os passos dos três irmãos de duas em duas horas anteriores naquele dia. E no meio disso tudo, o passado aparece nas lembranças de Benjamin.
Como eram os pais de Benjamin, como era a relação com eles e com seus irmãos, o que gostava quando era criança, experiências na adolescência, como era a mãe, momentos que pareciam simples e que deixaram marcas são conhecidos aos poucos, capítulo por capítulo até chegar ao desfecho que é marcante.
Eu li este livro com muito interesse e expectativa, tentando entender Benjamin e para onde toda essa história iria levar, mas não consegui e isso foi o melhor, porque me surpreendi com o final e entendi por que o autor leva a percorrer todo esse caminho. Esta história vale muito a leitura.