A queda de produção e a competição entre as indústrias pela matéria-prima estão repercutindo no preço pago aos produtores rurais pelo leite. Esse viés de alta já se manifestou em janeiro e tende a evoluir neste primeiro quadrimestre: o Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite), reunido em Joaçaba, definiu 2,7% de aumento nos valores de referência.
Os valores para o mês de FEVEREIRO ficaram projetados com aumento entre 2 e 3 centavos: Leite acima do padrão R$ 1,2742 o litro, leite padrão R$ 1,1080 e abaixo do padrão R$ 1,0073.
“Esse valor ainda não cobre os custos de produção, principalmente para os produtores que têm tecnologia e mão de obra mais avançadas, mas as expectativas são de que os preços pagos aos criadores de gado leiteiro aumentem gradativamente”, observa o presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC), Adelar Maximiliano Zimmer.
Entretanto, como de praxe, o mercado de lácteos está praticando preço superior aos fixados pelo Conseleite em pelo menos dez centavos acima dos valores de referência.
O dirigente observa que ocorreu queda na produção em decorrência da diminuição do número de animais nos planteis em 2016. Houve também baixa na produtividade em função da qualidade da nutrição. Esse quadro, porém, será revertido em face das boas expectativas da safra de grãos 2016/2017. “Com a produção de milho em alta ocorre uma queda no preço dos insumos o que diminuirá os custos de produção e, consequentemente, oportunizará uma melhor rentabilidade aos produtores”.
O presidente do Conseleite salienta que a proximidade das estações mais amenas, como outono e inverno, é boa para a produção leiteira. “O período de inverno aumenta a produtividade. Os produtores se preparam com estoques de silagem e as demais regiões do Brasil não produzem leite nessa época o que é bom para Santa Catarina. Além disso, o consumo é maior nesse período, o que aquece o setor”.
PRODUÇÃO
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,9 bilhões de litros ao ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 8,3 milhões de litros/dia.