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Mulheres sideropolitanas: destinos traçados pelo amor da adoção

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TEXTO E FOTOS: JATENE MACEDO – SIDERÓPOLIS NOTÍCIAS

O destino reservou uma história belíssima, regada de amor, sentimento e muita luta para sideropolitana Elizandra Savio Cecconi, a Danda, de 34 anos, e seu filho Miguel, de 4 anos. Tudo começou no dia 08 de julho de 2017. Nesse dia o destino resolveu unir, o que hoje é uma família feliz e repleta de amor. Danda pôde ver pela primeira vez, ainda bebê, seu motivo de alegria diária, responsável pela mudança na sua vida e da sua família.

Miguel carregado pelo pai biológico em um carrinho cor-de-rosa, pelas ruas da cidade, mesmo sem saber e entender, passou por sua futura mamãe, que a conhecera naquele exato momento, e ficou extremamente emocionada e chorou muito ao ver pela primeira vez a face do seu futuro primeiro e único filho.

“Sempre quis adotar, mas meu marido queria um filho de sangue primeiro e depois a adoção. Em março de 2017 resolvemos buscar os dois ao mesmo tempo. Fiz os exames necessários para engravidar e também procuramos o fórum para preencher a papelada da adoção”, lembra a mãe.

Danda mal sabia que tudo aquilo fora desnecessário, pois meses depois encontraria seu filho, que vivia ali pertinho dela, na mesma cidade. “Em junho, fui em um culto e um homem desconhecido orou por mim e disse que Deus estava mandando me dizer, que ele me daria um presente vindo da assinatura de um documento, e que esse presente iria mudar a minha vida, me trazer muita felicidade e que as pessoas iriam ver e achar fora do normal”, recorda a mãe.

A partir de então, Danda que acabara que conhecer Miguel, sentiu a necessidade de visitar a família, pois naquele primeiro momento teve uma conexão muito forte com o menino. Passou pelo supermercado, e junto com uma amiga foi até a casa dos pais biológicos de Miguel, com intuito de conhecê-lo melhor e levar alimento à família, que vive em situação de vulnerabilidade social. Já em seu colo, Miguel comia uma bolacha e Danda novamente ficou emocionada.

Na foto do porta-retrato o dia em que Danda foi visitar pela primeira vez Miguel.
Na foto do porta-retrato, a direita, o dia em que Danda foi visitar Miguel pela primeira vez. 

“Perguntei se poderia ser madrinha do Miguel, que tinha apenas cinco meses e meio, e eles aceitaram. Daí em diante todo final de semana visitávamos ele. Certo dia a mãe biológica perguntou se queríamos que o Miguel passasse o dia conosco. Passamos no supermercado e compramos o que era necessário, mamadeira, frauda, comida, sabonete. A partir de então começamos a ficar com ele durante a semana também, pois era um período muito frio, e a casa dos pais é precária e acaba sendo mais fria”, relata Danda.

Certo fim de semana Miguel ficou com sua então madrinha que recebeu amigos e familiares para visitar o menino. “Todos chegavam com presentes e a minha sensação era que eu tinha chegado da maternidade”, recorda a mãe emocionada.

A partir das visitas, a família biológica se mostrou positiva em relação a adoção, visto que não tinham condições de criá-lo, e procuravam dar uma vida melhor ao filho e a melhor forma seria então a adoção.

Em agosto Miguel ganhou um chá de bebê, e daí em diante a história da família já havia mudado. Em dezembro, a partir do Natal o pequeno passou a ficar só com os padrinhos, foi então que Danda e o marido foram em busca da lei para tornar a adoção legal. Em agosto de 2019 a família entrou com o pedido de adoção. Em abril de 2020 conseguiriam a guarda provisória.

Foi então que no dia 11 de fevereiro de 2021 a família conseguiu a guarda e definitivamente se tornou a família de Miguel Cecconi Tramontin. “Foi muita luta para conseguir. As pessoas me chamavam de louca e diziam que eu não iria conseguir, mas aquelas palavras daquele homem desconhecido que orou por mim, ficaram na minha memória e hoje se tornou realidade. Meu coração se enche de alegria”, conta Danda.

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Preconceito

Danda conta que a família aceitou a adoção, e que são raras as vezes que enfrentou algum preconceito contra o fato do menino ser adotivo e também pela diferença da cor. “Já me perguntaram quem era esse ‘moreninho’ e eu prontamente respondo ‘é meu filho de coração’”, pontua.

Hoje Miguel está estudando e o sonho de sua mãe é poder formar seu filho em juiz, da Vara da Infância. “Para que ele possa ajudar as crianças que estão no orfanato a não esperar muito tempo, e que eles tenham a mesma oportunidade que ele teve em encontrar uma família”, menciona a mãe.

Danda finaliza dizendo que hoje não imagina mais a sua vida sem o Miguel. “O que eu sinto pelo Miguel é um amor incondicional, que não tem limites. Eu poderia ir até presa, mas eu iria lutar por ele até o final. Hoje eu e o meu marido não nos imaginamos sem o Miguel, ele é tudo para nós’, finaliza.

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