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Menos desarmes explicam a queda de produção do Criciúma

eduardo madeira 5

Nos tropeços recentes do Criciúma – que ainda não venceu no returno da Série B – uma frase em especial do técnico Mazola Júnior me deixou com uma pulga atrás da orelha: “não estamos competindo”. Invariavelmente, essa frase foi dita nas últimas partidas.

Mas o que estaria propiciando isso na visão do treinador? Ele não respondeu – ao menos não abertamente. Entretanto, há dados que talvez expliquem porque o Criciúma não está competindo.

O mais gritante deles é o número de desarmes. Segundo o Foot Stats, do empate contra o Boa Esporte, na 10ª rodada, até a última vitória na competição, o 1 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, no jogo que fechou o primeiro turno, o Tigre concluiu pelo menos dez desarmes. Contra o São Bento, na 13ª rodada, quando venceu pelo marcador mínimo, chegou a efetuar impressionantes 29 desarmes.

Na virada de turno, porém, o cenário é outro. Contra Atlético Goianiense, Ponte Preta e CSA, o Criciúma sequer efetuou dez desarmes. Apenas contra o Coritiba ultrapassou essa marca, chegando a 16. Aliás, bom frisar, os baixos números de desarmes certos nas últimas rodadas são os menores do time na Série B.

Destaca-se que o time de Mazola Júnior é o segundo que mais desarma na segunda divisão. Porém, a média de 15.70 por partida mostra bem que o rendimento das últimas rodadas tem sido abaixo do que os atletas realmente podem desempenhar.

Por que isso acontece? Difícil saber. A formatação tática – o 4-3-1-2 variando para o 4-4-2 sem a bola – é o mesmo. Os jogadores em si são quase os mesmos também. Seria, então, questão física? Sistema manjado? Tem quem apele para o velho clichê passional da “falta de vontade”. É extremamente subjetivo e de julgamento até injusto.

Em suma, sendo qualquer um desses motivos ou outra coisa, é fato que o time não está competindo, como diagnosticou Mazola. Os desarmes abaixo da média explicam isso e dão argumentos para o treinador repensar algumas convicções, desde o plano de jogo até as escolhas de jogadores. A Série B é fatal e a demora para resolver esse tipo de situação pode decretar um desastroso rebaixamento.