Quando concebida e inaugurada, há dez anos, a Barragem do Rio São Bento nascia não somente sob a perspectiva de garantia do abastecimento de água. “Ela será um importante aparelho turístico para a região”, previa, em 2006, o então prefeito José Antônio Périco, de Siderópolis.
O tempo passou, as belezas naturais lá estão, mas o proveito turístico não vingou. Aberta à visitação, a barragem é ponto de convergência de visitantes, mas falta infraestrutura. A pequena estrada de acesso é esburacada e sinuosa. Uma ponte de mão única passa sobre o rio São Bento, depois que ele vaza do grande muro de contenção da água.
Para quem chega, um estacionamento improvisado e a calçada, que faz o contorno de parte do grande lago cercado e leva até o ponto chave. Ali, na noite da última quarta-feira, apenas um poste oferecia a iluminação. “A manutenção é periódica, temos seis funcionários que servem à barragem, sempre há um de plantão ali. E todos que trabalham na barragem são eletrotécnicos e eletricistas”, justifica Antônio Adílio, chefe de manutenção do escritório da Casan em Criciúma. Ainda assim, apenas um poste, o mais próximo do muro, na extremidade da calçada, estava iluminado na noite visitada. Os demais, apagados. E é nas profundezas deste lago que adormecem inúmeras histórias.
Menos mal que a lua dava o seu recado. A noite clara, de céu limpo, era emoldurada pela bonita lua que brilhava no espelho d´água. Aí, mais uma das belezas naturais que serviriam de um interessante vetor de desenvolvimento do turismo, caso tivesse havido investimento neste sentido. O luar é indescritível na barragem. Alheios às belezas noturnas, há os que procuram os arredores da barragem para um banho de rio nos dias quentes de verão.
ÁGUA TEM EM ABUNDÂNCIA
Quanto à principal missão da barragem, que é servir a região com água, ela está sendo cumprida com louvor. “Não temos falta, não há risco algum”, salienta Adílio. A barragem foi concebida há uma década com a perspectiva de crescimento da população atendida, mas ainda possui larga margem de segurança.
Hoje, são atendidos os consumidores de Criciúma, Içara, Forquilhinha, Siderópolis, Nova Veneza e Maracajá. “Obviamente que, em tempos de estiagem, o controle precisa ser mais apurado”, argumenta.
A Barragem do Rio do Salto, que está por sair do papel em Timbé do Sul, não trará qualquer impacto para a Barragem do Rio São Bento. “Turvo e Ermo, que se abastecem da Casan na AMESC, já se servem do Rio do Salto. A demanda será toda centrada no Vale do Araranguá mesmo”, conclui.