Se existia alguma dúvida de que Dodi faria falta ao Criciúma, ela foi confirmada logo no primeiro jogo pós saída do volante para o Fluminense. Entre os defeitos estruturais que o time apresentou na derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, um foi notório: a ausência de alguém que progredisse na saída de bola.
Se a dupla Liel e Barreto já não empolgava muito à primeira vista, a contusão do segundo, ainda na etapa inicial, provocando a entrada de Jean Mangabeira, diminuiu ainda mais as expectativas quanto a um jogo mais dinâmico na primeira linha de meio de campo.
O que se viu durante boa parte dos 90 minutos foi um time lento na saída de bola e que trocou poucos passes – segundo dados do Criciúma Scouts, no Twitter, foram 265 certos ao longo do jogo.
E o interessante é que entre os jogadores que mais acertaram passes estiveram Sueliton e Marlon, outro reflexo claro do peso da ausência de Dodi. O Criciúma circulou muito a bola na sua intermediária defensiva em busca de espaços e parava muito em seus laterais, que eram os únicos que conseguiam progredir, muitas vezes com lançamentos.
A Ponte Preta está longe de ser um time brilhante. Não é exagero dizer que está num patamar semelhante ao Criciúma. Basta ver que na pressão, sem muita inspiração e com bastante transpiração, o Tigre quase arrancou o empate e fez o bom goleiro Ivan trabalhar em algumas oportunidades. Se com essa flagrante adversidade na saída de bola quase veio ao menos o empate, com alguém capaz de substituir Dodi a altura poderíamos estar aqui falando de uma vitória.
Porém, a perspectiva para suprir essa ausência não é das melhores. No elenco, o Criciúma não tem uma peça que se assemelhe a Dodi, com capacidade de aceleração tendo a bola nos pés e capaz de fornecer ações mais ágeis após a retomada.
Tomando esse primeiro jogo como parâmetro, restam duas soluções:
1) ir ao mercado contratar alguém para articular a saída de bola do Criciúma. Era algo fora do planejado, pensava-se muito em reforçar o elenco, mas não em repor uma saída;
2) ou alterar o modelo de jogo, com uma saída lateral mais forte. Com volantes de pouca capacidade de infiltração pelo passe e com a condução da bola e, pior, com lentidão nas ações ofensivas, é simplesmente impossível jogar;
É contratar ou mudar convicções. O Criciúma se vê nessa encruzilhada se não quiser continuar refém da saída de um atleta e ver a briga pelo acesso escapar já na primeira parte da Série B.