Das três contratações feitas pelo Criciúma para a disputa da Série B, a de Fabinho Alves é, disparadamente, a mais questionável. Paulinho, que veio do Mirassol, é um meio-campista com características que se encaixam no estilo de jogo proposto pelo técnico Deivid, enquanto Erick Flores, por mais que seja um atleta que não tenha cumprido com o que prometeu na base do Flamengo, é um meia de característica que ainda não há no plantel. Agora, Fabinho Alves? Bem, difícil explicar.
Neste ano, pelo Joinville, o atacante teve passagem bastante criticada e sua saída foi razão de festa para o torcedor jequeano – basta ver que, em 22 jogos, não marcou nenhum gol. Gol, aliás, é um problema sério para ele. O último que marcou em jogos oficiais foi no dia 7 de maio do ano passado, quando ainda defendia o Paysandu. De lá para cá foram 36 jogos (22 no JEC e 14 no Papão) e nenhum gol marcado.
Mas vamos minimizar isso. Parece loucura diminuir uma seca de gols de um atacante, mas sempre é bom ressaltar que Fabinho é atacante de lado, cumprindo uma função de dar amplitude ao time, criar opções pelos lados e dar auxílio a um atacante mais centralizado. Entretanto, os números dele, especialmente na Série B do último ano, são bastante inexpressivos.
Em 2017, Fabinho disputou 11 jogos na Série B, todos como titular, mas apenas em seis ficou os 90 minutos, totalizando 851 minutos jogados. Segundo o Foot Stats, ele concluiu 111 passes (pouco mais de dez por partida) e deu cinco finalizações certas – dá praticamente uma finalização a cada 170 minutos, ou um jogo, um tempo e 35 minutos.
Ele foi dispensado do clube paraense após a saída de Gilmar Dal Pozzo, ficando com a marca de cinco gols em 30 jogos. Em 2016, ele ainda chegou a acertar com o América Mineiro, mas foi reprovado nos exames médicos e não ficou no clube. No JEC, como ressaltei, teve passagem apagada.
Não bastasse essas informações preocupantes, é bom lembrar que o Criciúma conta com variadas opções para a função dele. Caio Rangel, Silvinho e Andrew são três alternativas, além disso, Pitbull pode jogar por ali e até mesmo o novo reforço Erick Flores pode dar uma opção pelo flanco. Fabinho Alves não acrescenta muita coisa em relação a eles – isso se acrescenta algo.
O que fez o Criciúma contrata-lo é, de fato, um mistério. Tempos atrás, o Tigre trazia jogadores de destaque do Campeonato Catarinense e questionava-se apenas de esse atleta poderia ter utilidade em um torneio nacional. Fabinho não se destacou, aliás, vem tendo temporadas bem fracas desde 2013, na Chapecoense. Já se vão quatro anos.
Não se pode mais pensar em contratações de jogadores que já renderam, mas sim em atletas que ainda podem entregar um algo mais ao time. Fabinho Alves não parece ter essa capacidade. Por mais que ter um elenco robusto para uma longa Série B seja necessário, antes de encorpar o grupo, é necessário trazer peças que venham para acrescentar ao time titular e formar uma equipe realmente forte.