O dia da chegada de um filho é algo único para a família. Tudo é preparado com muito carinho para recebê-lo. Ele cresce, vai para a escola, faz amizades, aprende a dirigir e escolhe um futuro. É chegada a hora da despedida, o filho vai embora de casa para seguir seu sonho. O momento é tão difícil que os pais acostumados com a presença do filho acabam sendo vítimas da síndrome do Ninho Vazio.
Bate tristeza, saudade e desânimo. O quarto agora vazio só deixa lembranças. Os pais sentem os sintomas da síndrome, dores de cabeça, depressão leve, tristeza e os exames podem até acusar alterações fisiológicas.
“A síndrome é a ruptura de uma atividade constante a longo prazo que a pessoa exerce. Ela geralmente vem com uma justificativa, quando a mãe, a protetora, a cuidadora, passa a vida inteira cuidando de alguém e quando percebe que essa pessoa não está mais com ela esse ciclo de cuidado se encerra”, explicou a psicóloga Maria Aparecida Mautoni.
Andréia Tertoncini Pereira e Carlos Roberto Pereira foram vítimas da síndrome. Os dois filhos Gustavo Tertoncini Pereira, 28 anos e Guilherme Tertoncini Pereira, 32 anos, há três anos e meio mudaram-se para os Estados Unidos para estudar e trabalhar.
“Sabemos o quanto é difícil, mas ao mesmo tempo é algo importante na vida deles. Eles têm contato com outra cultura, uma condição financeira melhor, novas oportunidades e conhecem pessoas novas. Eles nunca saíram de casa por tanto tempo. Foi só alguns meses depois da partida que caiu a ficha. As vezes bate aquela preocupação de saber como eles estão, a saúde o bem-estar”, destacou a mãe.
Uma vez por ano os meninos recebem a visita da família para matar a saudade. O dia do reencontro também é emocionante.
JORNALISMO SATC
