Resgate

Cães e tutores da equipe do Corpo de Bombeiros de SC retornam de missão de Brumadinho

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Bombeiros têm atuado no local em sistema de revezamento desde o fim do mês de janeiro

TEXTO: NSC TOTAL / FOTOS: RETIRADAS DA INTERNET

Dezessete vítimas fatais e outros cem restos mortais de pessoas que perderam a vida na tragédia de Brumadinho (MG) foram localizados pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Desde janeiro, os catarinenses têm atuado em meio à lama que devastou o município mineiro.

Os cães Iron e Chewbacca foram alguns dos que trabalharam no resgate às vítimas junto aos seus tutores, formando a dupla conhecida como binômio.

Capitão BM Michels é tutor do Chewbacca, ou somente Bacca, como ele carinhosamente chama o cão. Ele conta que apesar dos cães serem preparados para atuar em missões assim, no cotidiano em Brumadinho cada condutor sentia quando era necessário dar uma pausa nas atividades.  “Teve um dia que eu achei que ele precisava descansar, então ele passou a manhã sem trabalhar por opção minha. O bem-estar deles é fundamental, não dá para exceder o limite” explica.

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Ao total, foram 20 dias de atuação do soldado BM Josclei, tutor do cão Iron, no município mineiro. Entre tantas dificuldades encontradas durante a missão, o fato de ser um local aberto foi um fator que dificultou as buscas no local. “Era muito calor e tinha muito sol. Choveu só no quarto dia que estávamos lá. Por ser um terreno aberto, também tinha risco de raio”, conta.

Apesar de ambos terem três anos de idade, Iron, em referência à banda de heavy metal, é tio-avô de Chewbacca, que faz juz ao jeito companheiro do woonkie que inspirou o nome.

Os dois labradores estão entre os setes cães, que fazem parte da mesma família, e integram as missões de busca no Estado, com atuação nos batalhões dos municípios de Maravilha, Xanxerê, Lages, Canoinhas, Curitibanos, Blumenau e Brusque. Todos da mesma raça e pertencentes à mesma linhagem.

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Atuação dos bombeiros em MG tem sido revezada

Desde o fim de janeiro, quatro equipes tem atuado em revezamento na missão, que deve continuar com o envio de outros três bombeiros e um cão ao solo mineiro, já que 96 pessoas continuam desaparecidas. A alternância das equipes é importante para assegurar o bom desempenho nas buscas, pois se trata de uma tarefa extenuante tanto para o tutor quanto para o cão.

A estrutura para atuar em missões de grande impacto natural nasceu a partir da enchente de 2008 de acordo com o tenente-coronel Walter Parizotto, coordenador da Força-Tarefa de Cães do CBMSC. Na época, helicópteros Arcanjo do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vierem ao estado catarinense para ajudar nas missões — o Arcanjo catarinense foi dado em homenagem aos veículos mineiros.

“Não desejamos aplicar em Santa Catarina isso, mas o Estado tem se preparando tanto preventivamente quanto tecnicamente”, afirmou o tenente-coronel Parizotto.

Drones de SC foram os primeiros a atuar em Brumadinho

A utilização de drones foi fundamental na atuação dos binômios, nome dado à dupla de cão e seu respectivo tutor,  nas buscas pelas vítimas em meio à lama.

O soldado Bombeiro Militar Valmir, lotado 3º Batalhão de Bombeiro Militar em Blumenau, é um dos pilotos capacitados para operar o drone. Ele conta que o equipamento foi utilizado para mapear a área e definir as estratégias de busca no solo. “O primeiro drone a sobrevoar Brumadinho na missão foi o de Santa Catarina”, contou o piloto.

Toda a operação com drone foi coordenada pelo Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de acordo com ele. Por ser uma aeronave não tripulada, para operar o equipamento é preciso ter uma capacitação e obter o título de piloto junto à Anac.

“É importante destacar que o drone não é um brinquedo, ele pode causar acidentes, inclusive prejudicando aviões e helicópteros. É preciso garantir a segurança de voo”, conta.

Em Santa Catarina, os drones passaram a ser utilizados em 2014, ação que tem se aprimorado. Desde então, a capacitação foi ampliada para atuar junto a outras instituições, como a Marinha e a Polícia Militar Ambiental.