JATENE MACEDO – SIDERÓPOLIS NOTÍCIAS
Um grupo de peixes chamou atenção do biólogo Sideropolitano, Caio Feltrin. Popularmente conhecidos como Cambevas. Durante quase 10 anos estudando as cabeceiras de rios do Sul e Sudeste de Santa Catarina, em parceria com cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi possível catalogar 10 novas espécies. O artigo sobre a pesquisa foi publicado no Museu de História Natural de Paris, na França.
Em Siderópolis, o pesquisador descobriu duas espécies de Cambeva, cujos nomes científicos são (em latim): Cambeva orbitofrontallis e Cambeva grisea. A pesquisa ainda envolveu os municípios de Nova Veneza, Treviso, Lauro Müller, Orleans, Grão-Pará, Pedras Grandes, Bom Jardim da Serra, São Joaquim e Urubici.
“É uma satisfação muito grande para qualquer biólogo que gosta do que faz, descobrir novas espécies que a ciência ainda não conhecia. Mais legal ainda é descobri-las no meu município. A maior parte das 10 espécies foram encontradas às proximidades de importantes unidades de conservação do Estado, como a Reserva Biológica Estadual do Aguaí, o Parque Estadual da Serra Furada, e o Parque Nacional de São Joaquim.
As demais espécies de Cambevas que também foram catalogas e publicadas, são: Cambeva urubici (nome escolhido em alusão à descoberta no rio Urubici, município de Urubici), Cambeva pericoh (em alusão à Vila Pericó e rio Pericó, em São Joaquim), Cambeva imaruhy (homenageando a Serra do Imaruí, que é a trilha dos tropeiros de Orleans), Cambeva panthera (pela coloração parecida com uma onça-pintada), Cambeva diffusa, Cambeva duplimaculata, Cambeva longipalata e Cambeva notabilis (estas últimas com nomes fazendo referência às diferenças de estruturas do corpo, como ossos e colorações).
“Ver este importante estudo tendo uma grande repercussão, e publicado em uma revista internacional, é algo realizador. Mas os estudos não terminaram por aí, conta Caio. Outras novas espécies estão a caminho. Santa Catarina é privilegiada com suas milhares de cabeceiras, e outras novas espécies de pequenos bagres-de-montanha estão em processo de descrição.
Por fim, Caio destaca que segue em um trabalho importante de divulgação científica/educação ambiental sobre suas novas espécies, para que sejam integralmente conhecidas pela comunidade catarinense, em especial nos municípios das descobertas, e também para que as autoridades como Fundações do Meio Ambiente locais, IMA (órgão estadual) e outras entidades as conheçam, para fins de conservação. Segundo ele, quanto mais conhecidas, mas chances de serem preservadas, bem como seus rios e riachos. O biólogo milita mais e mais pela conservação de peixes de água doce de Santa Catarina.
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