A dor emocional vem de perdas, abandono, confronto, desilusão, decepções, da não aceitação e da própria realidade vivida em determinado momento
Todos nós conhecemos as dores físicas, e com a ajuda da medicina, identificamos onde e porque está doendo. E a dor psicológica? Essa nem sempre conseguimos discernir, e até que reconheçamos, ela já nos maltratou podendo até mesmo se transformar em dores físicas.
A dor emocional vem de perdas, abandono, confronto, desilusão, decepções, da não aceitação e da própria realidade vivida naquele momento. O que acontece é que passamos a vida fugindo das dores, não sabendo que ela também tem seu aspecto positivo. Ela sinaliza que algo não está bem e nos impulsiona a investigar e a tratar a dor.
“Infelizmente não fomos educados para sentir dor, apenas orientados para as conquistas e vitórias desse mundo tão cheio de desafios. Sem nos darmos conta de que para atingirmos tais vitórias há uma longa estrada que inevitavelmente consiste em lidar com a dor, pois crescer dói. Romper a casca dói. Sair da zona de conforto dói. Para evoluir, é preciso estar disposto a sentir dor”, explica a psicóloga Alessandra Martarello.
Em estudos, descobriu-se que as mesmas áreas cerebrais que são ativadas quando sofremos de dor física, são ativadas quando algo é quebrado dentro de nós e o desconforto e a dor emocional mais intensa nos pegam.
“É rompendo os tecidos da resistência, que expandimos nossos músculos. Os obstáculos da vida fortalecem a musculatura da alma. Porém, precisamos abrir mão dos nossos apegos e até mesmo da própria dor. Uma vez que as substâncias químicas produzidas pela dor emocional não apenas intoxicam nosso corpo, como também geram dependência”, fala Alessandra.
A psicóloga ainda complementa dizendo que, hoje é possível investigar, através de neuroimagens que são feitas por uma ressonância magnética funcional, quais são as áreas ativadas em nosso cérebro quando a dor emocional aparece. “Infelizmente estamos acostumados a enterrar a dor emocional e não fazer caso do sofrimento ao qual essas feridas psicológicas nos submetem. Porém, se cuidarmos do nosso bem-estar mental e emocional, tentando compreender o que acontece conosco, estaremos aliviando nossas queixas e angústias evitando assim um sofrimento maior”, concluiu.