Quando se luta contra o rebaixamento, não tem muito segredo para atingir o objetivo principal: vencer os confrontos diretos. Esse tem sido um dos diferenciais na campanha de recuperação do Criciúma na Série B deste ano. Após começar o campeonato com cinco derrotas nas primeiras cinco rodadas, o Tigre cresceu depois da chegada do técnico Mazola Júnior e hoje ocupa a 13ª colocação, com 36 pontos, cinco acima da zona de rebaixamento.
Dessas mais de três dezenas de pontos, 16 vieram contra os sete times que estão logo abaixo na tabela de classificação. Ou seja, 44,4% dos pontos foram somados contra equipes que hoje poderiam estar a frente no ranking. O mais interessante é que dos sete, somente o Brasil derrotou o Tigre. O restante perdeu ou empatou.
Isso faz muita diferença lá na frente. Embora os três pontos somados contra o Fortaleza, por exemplo, sejam, na prática, os mesmos que os somados contra o Juventude, ambos possuem pesos distintos na balança. Enquanto o primeiro é o líder e sequer tem o Criciúma como adversário, o segundo é concorrente direto e hoje é o primeiro dentro da zona de rebaixamento, com cinco pontos de distância.
Olhando agora para o mágico número de 45 pontos, considerado o ideal para evitar a queda, os comandados de Mazola Júnior possuem sequência importante para confirmar a permanência na segunda divisão. Nos próximos cinco jogos, somente adversários que não estão distantes na tabela de classificação.
A sequência começa no sábado (29), contra o vice lanterna Boa Esporte, em Varginha (MG). Das seis vitórias do time mineiro, cinco foram em casa, mas isso não deve ser razão para assustar o Criciúma, que em boa fase, pode voltar pra casa com três pontos.
Em seguida, duas partidas em casa: contra o Oeste, no dia 2, e Brasil, dia 9. Os paulistas estão em 10º, com 38 pontos, enquanto os gaúchos são adversários mais diretos, em 15º, com 31 pontos. Vencer esses dois jogos é fundamental na caminhada carvoeira, até para chegar mais aliviado para a partida contra o São Bento, no dia 19, em Sorocaba. Os paulistas somam os mesmos 36 pontos do Tigre e perdem nos critérios de desempate.
A sequência decisiva será encerrada no dia 27, contra o Figueirense, em Florianópolis. O time da capital catarinense vem em franca queda de rendimento e hoje está só três pontos atrás do Criciúma.
Cobrar mais cinco jogos invicto é complicado em uma Série B tão irregular, mas não é absurdo imaginar o Tigre somar ao menos dez pontos nesse período. Se conseguir isso, ultrapassa a barreira dos 45 e pode passar a régua no ano.