Colunistas Eduardo Madeira Júnior

Turno desastroso

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Pouco, ou quase nada, deu para tirar de positivo do primeiro turno de estadual do Criciúma. Atuações ruins, saída de técnico, decisões confusas e uma turbulência interna que colocam o time numa impensável penúltima colocação. O Tigre está entre as equipes que, no momento, seriam rebaixadas para a segunda divisão do Campeonato Catarinense.

O tricolor consegue ser vítima da própria falta de planejamento. Com pré-temporada curta e jogos em cima de jogos (nem bem completamos um mês de bola rolando e já se foi um turno) e o clube trocou de técnico, utilizou uma monteira de atletas e caminha em direção de lugar algum.

O momento do Criciúma é, sim, catastrófico, desastroso, terrível e qualquer outro adjetivo que queiram encontrar. Há quem tente ser positivo, esconder os problemas e jogar tudo para baixo do tapete, mas o que vimos no 1º turno foi apenas a continuação do que estamos vendo nos últimos meses. A bagunça administrativa e a falta de pulso do presidente Jaime Dal Farra se refletem em campo, não há como negar.

O Criciúma hoje é um catado em campo e vem perdendo tempo com Grizzo. Neste mesmo espaço contestei, há uma semana, algumas das ideias de jogo que tenta propor do qual não concordo. Hoje, não o vejo como técnico em longo prazo para o clube. Por isso penso que é preciso trazer um treinador para agora, nada de Série B – que, aliás, começa logo após o estadual, o que derruba qualquer argumento de planejamento só para o nacional.

Grizzo, porém, é muito mais vítima do que culpado. Não foi ele quem montou esse time, tampouco esse time foi montado para ele treinar. Ele caiu no olho do furacão, pegando uma equipe esfacelada, sem tempo para treinar tática ou fisicamente, e agora tem nove jogos chave para tentar evitar o maior vexame da história do clube.

Esqueçam os clássicos. Somar um ponto é vitória contra os grandes, ainda mais com quatro desses jogos sendo fora de Criciúma. O foco de Grizzo e companhia deve ser em Atlético Tubarão, Brusque, Inter de Lages e Hercílio Luz. Esses quatro times, que por incrível que pareça são adversários diretos do Tigre, virão ao Heriberto Hülse no returno. Vencendo todos, termina o estadual tranquilo. Caso contrário, é torcer para que não aconteça o pior, porque um rebaixamento no Catarinense, para um clube da representatividade do Criciúma, é de fechar as portas.