Colunistas

Resenha do livro Nunca de Ken Follett

Fabrícia de Pelegrini

O mais novo livro de Ken Follett é uma ficção sobre guerra, mas ele narra a história de como pequenos atos de violência começam a ficar maiores e sem ser resolvidos ela se torna inevitável. Com o título Nunca, essa obra não é uma leitura fácil, mas é bem interessante, envolvente e perturbadora. O autor criou personagens marcantes e histórias paralelas que enriquecem a trama.

Estados Unidos, China, Coreia do Sul e do Norte, França, países da África estão envolvidos em episódios isolados de violência. Governos, embaixadas, serviços de inteligência, todos têm que tomar decisões baseados em fatos e suposições que podem impactar muitos países, além disso as grandes potências querem proteger suas alianças.

nunca

A China, além de enfrentar ameaças externas, internamente há uma divisão no Partido Comunista. A Coreia do Norte também tem suas ameaças externas, mas a interna é que está deixando o líder do país sem escolhas. A presidente dos Estados Unidos enfrenta problemas pessoais, mas o país está em sério risco então ela tem que fazer uma escolha. E o que parecia impossível de acontecer se torna inevitável se ninguém decidir parar na hora certa.

Diálogos entre os governantes e suas equipes, suposições do que governantes de outros países pensam ou podem fazer, levantamento de opções para se tomar uma atitude como reação do que o inimigo fez, e a violência vai crescendo, as atitudes estão se tornando mais perigosas e a guerra fica bem próxima. Então se olha para trás e se pensa por que se chegou a esse ponto, em que momento poderiam ter parado.

Além desses conflitos entre países, o autor conta a trajetória de um espião americano para chegar a um carregamento de drogas e descobrir quem são os envolvidos para prendê-los. Esse personagem também passa por situações difíceis e isso enriquece ainda mais a história.

Enfim, Nunca é uma leitura que quem tem interesse pelo tema com certeza vai gostar. Ken Follett entrega outra obra com um texto fluido, não deixa pontas soltas, facilitando a leitura e deixando aquela curiosidade para chegar ao fim.

Nunca, de Ken Follett – 620 páginas