Religião

Grupo Movimento, de Siderópolis, peregrina até o Santuário de Angelina

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Ana Lúcia Pintro

Na Sexta-feira Santa, 26 pessoas do grupo Movimento, moradores de Siderópolis, Içara e Criciúma fizeram uma caminhada de 28 quilômetros que durou aproximadamente sete horas. Antes das três da madrugada, eles saíram do centro de São Pedro de Alcântara com destino ao Santuário Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Angelina, municípios da região da grande Florianópolis. A lua ajudou a iluminar o caminho que passa pelas comunidades de Barro Branco e Santa Filomena. Eram subidas e descidas longas, cheias de curvas, com intenso trânsito de ciclistas e motociclistas. Muitos peregrinos colheram chá de macela que, segundo os familiares mais antigos, se for colhida antes do amanhecer é benta.

Um casal de Siderópolis esteve na caminhada para agradecer uma graça. Em março do ano passado o agricultor Hilário Zanin contraiu Covid-19. Tratou-se em casa e com acompanhamento médico durante oito dias. Como não melhorava precisou ser internado porque ficou com febre, tosse e baixa oxigenação. Segundo sua esposa, Fátima Carminatti Zanin, foram dias difíceis de esquecer porque foi desesperador. As lembranças marcantes envolvem não poder ter contato com o companheiro, quando passavam a comida por uma janela. Depois da internação houve um dia em que o médico fez um gesto com as mãos dizendo que não tinha mais o que fazer. No último instante surgiu uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo – UTI. “Teve um dia que os enfermeiros estavam no quarto porque ele estava muito mal. Eu estava segurando na mão dele, quando ela se soltou da minha. Tinha um crucifixo no quarto, eu olhe e clamei a Deus pedindo que não me abandonasse. Então um médico abriu a porta e me disse que eu tinha muita sorte. Ele chegou a ficar com cem por cento de ventilação mecânica. Numa quarta-feira eu senti uma presença forte que acredito ser algo de Deus, uma voz, uma aparição, me avisando que na sexta-feira ele ia sair da UTI. Neste dia o hospital fez um videochamada rápida porque ele chorava muito, mostrando que ele tinha tirado os tubos”, relembrou Fátima  que sente muita gratidão pelo trabalho do médico Felipe Dal Pizzol e da equipe do hospital São José.

Serli Terezinha Perovano não caminhava há muito tempo. Foi com o propósito de andar o máximo que pudesse. Levou um rosário de São Bento com a intenção de rezar o terço pelo caminho e o fez com parte do grupo. Em sua casa há rosários em vários lugares como no portão e nas portas. Ela percorreu sete quilômetros desta vez, mas quer voltar para fazer todo o percurso. “Fui na igreja, subi o santuário bem devagar, encontrei o padre e pedi uma benção. Fiquei emocionada ao ver amigas com bolhas nos pés e unhas sangrando, mas que mostraram como são persistentes e conseguiram”, comentou Serli que se considera uma pessoa de fé inabalável.

Está e a quarta caminhada para o santuário de Angelina organizada pela líder do Grupo Movimento, Josiane Carla Ronsoni. Além de peregrinações, o grupo realiza trilhas mensais para conhecer outros lugares de Santa Catarina. Dentre os próximos eventos estão o Caminho de Alice, que acontecerá em Treviso, no dia 22 de maio e uma trilha na Costa da Lagoa saindo de Ratones, em Florianópolis.

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