Afinal de contas, de onde vem a AUTOESTIMA?
Essa é uma pergunta que poucos fazem. Porém muitos falam.
Ouvimos por ai frases como: “Minha autoestima é baixa” ou “Anda baixa”, frases como: “Eu ou você precisamos melhorar a autoestima”. E por ai vai.
De uns dias pra cá venho sendo atraída por esse tema que me fez pensar e a estudar um pouco mais sobre esse campo da personalidade humana. Sim, porque desde os primeiros momentos de vida a criança vai formando sua personalidade, preferências, hábitos, etc. E a autoestima faz parte destas informações que com o passar do tempo vai sendo desenvolvida conforme se sente acolhida em suas necessidades.
Estudos recentes mostram que a nossa autoestima tem relação direta com nosso cérebro, mas propriamente dito no hipocampo. Curioso isso, não? A relação entre o hipocampo e a autoestima é tão real que foi possível observar, através de uma ressonância magnética, que indivíduos com um olhar negativo de si mesmos, apresentaram um tamanho menor desta estrutura cerebral.
O hipocampo tem uma conexão direta com o senso de identidade, com nossas memórias e com a nossa história interna. Aquela que criamos de nós mesmos. E ao termos lembranças traumáticas associadas com uma autoestima fraca, o hipocampo, poderá sofrer uma diminuição em seu tamanho.
Por muito tempo, ninguém foi capaz de perceber a relevância que o hipocampo teria em nossas vidas. A princípio, essa estrutura era relacionada com o sentido do olfato, só depois, de muitos estudos é que se descobriu sua íntima relação com a memória e com o nosso mundo emocional.
Descobriu-se também, e isso é muito interessante, que pessoas com a habitual abordagem otimista da vida, além de terem uma autoestima firme, essa estrutura se mostrava muito maior em relação a outros indivíduos.
Essa relação, entre o hipocampo e a autoestima, é explicada também por uma segunda estrutura cerebral, e o seu vínculo: a amígdala. Essa por sua vez é conhecida por ativar a sensação do medo, do alarme a uma ameaça. Quando o hipocampo nos traz lembranças negativas e dolorosas a amígdala libera tais emoções, que neste caso também serão negativas, e em consequência disso ela produz uma substância neuroquímica, e que aos poucos é liberada na corrente sanguínea. Essa substância é o cortisol, que por sua vez pode acabar prejudicando o hipocampo e até mesmo reduzindo o seu tamanho.
Claro que, essa estrutura não é danificada da noite para o dia, geralmente isso acontece quando uma pessoa sofre por exemplo de algum tipo de estresse pós-traumático, e apresenta uma baixa autoestima crônica.
Muitos podem estar se perguntando. Já que existe uma ligação entre o hipocampo e a autoestima, como fortalecer então essa relação?
Há um circuito neural que apresenta maior conectividade e sempre que uma pessoa exercita algumas habilidades em seu no dia a dia a autoestima tente a melhorar e se fortificar. Essas habilidades seriam práticas como: Otimismo; Gratidão; Alegria; Relaxamento; Autoimagem positiva; Autoconfiança; Relaxamento e Exercício físico.
Mas, o que acontece quando a baixa autoestima bate a porta?
Bom, é normal não estarmos bem o tempo todo. Assim como há momentos em que nos sentimos mais seguros, confiantes, dias em que nos admiramos mais, também terão dias que tudo isso não fará muito sentido. As vezes dependemos dos alguns fatores externos que nos cercam, e essa visão positiva pode ser afetada. E está tudo bem. O que podemos é fortalecer esse vínculo entre o hipocampo e a autoestima, cuidando dessa área neurológica e dessa construção psicológica.
Porém a um fator que devemos considerar. Não basta apenas atender à nossa identidade, ao nosso autoconceito ou à nossa autoimagem. A autoestima também se relaciona com a nossa conversa interna, com o que falamos com a gente mesmo. Fazer isso com compaixão, afeto e respeito nos fortalecerá cada vez mais.
Uma boa saúde do hipocampo, assim como da memória e das nossas emoções, também depende da nossa saúde como um todo.
Tentar manter o estresse sob controle nos ajudará diretamente.
Estabelecer período de descanso físico e mental, são dicas importantes para uma prática diária.
O autoconhecimento é a chave para muitas respostas e a libertação de muitos traumas.
Que comecemos a gerar mudanças para ganhar em bem-estar e consequentemente uma autoestima adequada e bem estruturada.