Há aproximadamente 2.400 anos, o médico grego Hipócrates já afirmava que caminhar é melhor remédio para o homem. Os santuários são locais sagrados onde as pessoas buscam a cura da mente e do espírito. Participantes do Grupo Movimento mesclaram suas essências de trilheiros com as de peregrinos, neste domingo, dia 11, véspera do dia de Nossa Senhora Aparecida. Às três horas da madrugada saíram de Siderópolis e foram até o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, localizado na comunidade de Morro Bonito, em Içara. O trajeto de 27 quilômetros foi percorrido em seis horas.
“Sou catequista, participo da religião católica e ajudo a zelar pela igreja do Rio Fiorita. Há mais de três anos, quando o santuário foi inaugurado, eu disse que o dia que eu fosse conhecer, faria o percurso a pé ou de bicicleta. Não realizei a promessa sozinha. Saí de Siderópolis acompanhada de onze pessoas e outros sete nos esperaram em Criciúma”, comentou a organizadora do grupo, Josiane Carla Ronsoni.
O jovem Hugo da Silva Albonico, estudante de História, nasceu numa família católica. Frequentou igrejas evangélicas no período em que os pais trabalharam na Alemanha e foi cuidado pela avó. “Eu achava a religião uma coisa secundária, não era interessante. Resolvi pesquisar, li várias obras religiosas, uma delas sobre Santo Agostinho e não tive mais moralmente como negar a igreja católica. Hoje meus pais são evangélicos, mas respeitaram minha decisão de voltar às origens da minha religiosidade,” comentou Albonico.
A caminhada foi finalizada pelos participantes com exercícios de alongamento e relaxamento muscular orientados por Alcis Isidoro Ramos que trabalha na Associação dos Amigos do Esporte em Siderópolis – ASAME – e na Academia CT Plena Forma.
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As informações a seguir foram extraídas do canal Diário de um Jornalista produzido por Lucas Lemos.
O Santuário do Sagrado Coração de Jesus, inaugurado em 23 de abril de 2017, tem a segunda maior igreja de Santa Catarina.
O Padre Antonio Vander da Silva apresentou os detalhes do projeto arquitetônico onde há vários espaços interessantes dentro do santuário. No local foram plantados 33 pés de oliveira que fazem alusão a idade de Jesus no momento de sua morte. A Igreja do Getsêmani retrata os momentos da profunda agonia de Jesus quando ele transpirou sangue. Há uma igreja dedicada ao Papa João Paulo II e a Santa Faustina. Na capela do Senhor morto muitas pessoas escrevem seus pedidos e agradecimentos. As estátuas da praça de Nossa Senhora apresentam os doze apóstolos a Mãe das Dores em seu centro. Não falta o caminho mostrando a via-sacra da ressureição e dos santos brasileiros.
O Santuário tem a forma de cruz com três entradas que fazem alusão à Santíssima Trindade formada por Pai, Filho e Espírito Santo. Dentro da igreja tem quatro pilares internos que representam os evangelhos de Mateus, Marcos Lucas e João. Eles sustentam um octógono que lembra as oito pessoas que estavam na arca de Noé e sobreviveram ao dilúvio. Os vitrais do octógono mostram oito cenas da misericórdia de Deus registradas na Bíblia.
Segundo Padre Vander, a cúpula lembra o céu, a eternidade e a ressurreição. Há vários arcos e um quadrado lembrando o divino e o humano. “O coração de Jesus está para fora e é para todos. Em torno do coração dele tem uma coroa de espinhos que chagou seu coração e foram nossos pecados. Tem uma chama ardendo e queimando de amor pela humanidade e a cruz acompanha representando o mistério da redenção” explicou.
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ANA LÚCIA PINTRO