Os juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial subiram em junho tanto na comparação com maio como em relação a junho do ano passado. Com isso, os juros nos dois tipos de crédito seguem em patamar elevado, acima dos 300% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país (Selic) está em seu menor patamar histórico, a 6,5% ao ano.
Em média, os juros do cheque especial subiram de 320,9% em maio para 322,2% ao ano em junho. No mesmo mês em 2018, era de 304,9% ao ano. No rotativo, os juros passaram de 299,8% em maio para 300,1% ao ano no mês passado. Em junho de 2018, a taxa média era de 291,8% ao ano.
Os dados foram divulgados nessa sexta-feira, 26, pelo Banco Central. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Confira a variação das modalidades de crédito de maio para junho:
- Rotativo do cartão de crédito: subiu de 299,8% para 300,1% ao ano;
- Cartão de crédito parcelado: subiu de 174,1% para 175,6% ao ano;
- Cheque especial: subiu de 320,9% para 322,2% ao ano;
- Crédito pessoal não-consignado: subiu de 120,1% para 120,3% ao ano;
- Crédito pessoal consignado: caiu de 23,2% para 22,8% ao ano;
- Compra de veículos: caiu de 21,1% para 20,9% ao ano;
- Financiamento imobiliário: caiu de 7,8% para 7,7% ao ano.
Cheque especial
Desde julho do ano passado, quem usar mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos deve ter acesso a uma linha de crédito mais barata para parcelar o valor.
A medida foi anunciada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em abril de 2018. A entidade diz que cada banco pode definir qual alternativa oferecer.
Novas regras do cartão
Em relação ao uso do cartão, o consumidor pode usar o rotativo por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual o cliente define o número de prestações na hora da contratação. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim, altos.
Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa “bola de neve”.
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